terça-feira, 30 de novembro de 2010


ALUVIÃO
exposição minha e da Mayana Redin
inaugura no próximo sábado, 4 de dezembro, às 22h.
às 23h, vamos ter show do Flavio Tris, meu camarada, amigo, coração.


FUNDAÇÃO
Rua do Bonjardim 951, Porto
http://a-fundacao.blogspot.com/

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

hoje vi um caminhão de concreto, daqueles que rodam, que a empresa na logomarca chamava CABAÇO & CABAÇO.
você viu, invadir meu coração sem limites, eu sou a cara dos meus antepassados sitiados pela força inconclusiva de uma fome. atravesso de partilha em partilha escorando o limite do céu e quando me recheio de plena lua, os pulmões escancarados sobre o aterro em vento. estou definitivamente pronta para - espatifar nossos corpos essa vontade de -

ALÔ aqui quem fala é o setor de supervisão do seu ódio, como vai?
sou eu que pergunto.

sábado, 20 de novembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

insônia

antes de dormir fico - tentando dormir fico - eu nunca tenho insônia - reconta a série de coisas pra fazer até o fim de novembro - eu ainda não dormi - amanhã a junta de freguesia em dezembro o flavio vem - preciso comprar cobertor pro flavio - o bernardo também não tem vamos juntos no ikea - capricórnio não desiste mesmo de organizar tudo -  depois essa dor nas omoplatas, semana passada era no maxilar - mas agora o remédio chinês deve fazer efeito - vou ficar mais tempo offline, 2011 - ixi, a polícia federal francesa tenho que levar as receitas - onde estão as receitas? na pasta azul grande junto com o histórico escolar - era bom comprar outra pasta dessas amanhã - nossa hoje fiquei tão cansada de andar por aí fazendo mil coisas amanhã vai ser pior - não consegui dormir ainda - gente tô ficando igual a minha mãe - porque naquela época eu consegui não ficar igual a minha mãe? - tinha um alvo que era vir morar em Portugal - daí eu vim, deu no que deu - é, o alvo é só um vulto - essa chuva, vou ouvi-la até me acalmar - ... - é bonitinha a chuva caindo - como será que era em Auschwitz ouvir a chuva caindo? - isso podia mesmo (consternada) dar um bom verso - em homenagem ao Paul Celan - é, um Dante, o Celan, é um Dante, e eu nunca li Dante - ok, então um Eliot - Eliot, Celan, Drummond - povinho fácil, né? - gentinha leve leve leve - será que eles pensavam em Auschwitz com essa dor? - é, meu pai é daquelas pessoas que tragou o universo e percebeu - casa 12 - meu pai entende essa dor - cavalo dado não se olha os dentes - eu posso colocar também um general nazista - é um soldado da SS melhor - mas que lado eu vou tomar dele? - talvez um soldado da SS vestido de cinta-liga de mulher e um prisioneiro de Auschwitz ouvindo a chuva cair - mas que coisa terrível eles transformavam gente em verme e até os vermes são mais bem tratados - a dor da duras ele voltou e vomitava tudo verde cagava tudo verde - a quantidade de frio e umidade que devia ser Auschwitz - devia chover bué pra caralho de chuva e aquelas horas de sono horas de insônia - que brutalidade - não tô nem pensando nos fornos ainda - por que eu resolvi pensar nisso agora? - o impacto da chuva - ou a chuva que não tem nada haver com Auschwitz - vão me transformar em estrela costurada no pano da roupa de alguém e chove em Auschwitz e eu não consigo dormir - minha língua bem que tá com gosto de pano amarelo - será que eu vou ficar doente? - tão típico, não tenho nem tempo pra isso - será que lá eu resistia melhor? - cada coisa que pode acontecer na vida de alguém - e eu aqui começo, de repente, a cantar VIVER Ê Ô Ê Ô - não tô pensando mais em Auschwitz, que horror - nem sei se ainda tá chovendo - será que amanhã vai molhar as caixas? - ai era melhor dormir e estar descansada amanhã pra tudo que tenho que fazer - mas que vontade de ouvir E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ - ai vou ligar o computador ai vou gastar essa insônia ai eu tentei de tudo - prende a respiração meu pai falava isso quando eu era criança e eu não conseguia dormir. funcionava - quem é a pessoa que você mais ama no mundo? - meu pai e a minha mãe - você gosta mais do seu pai ou da sua mãe?  - eu gosto de carne - ai que saudades do marcos - ano que vem ele vem - quem vem em dezembro é o flavio - em janeiro vem minha mãe e vem o meu pai - depois de amanhã tô com meu irmão - vai nascer minha sobrinha eu não vou estar lá - tanta gente pra ver em Paris - se eu apresentasse todos eles eles certamente não iam se dar bem - porque eu faço mais amigo do que macaco sobe em árvore - a vida que é a vida é -  sempre deeesejada - ai meu nariz entupiu de novo - atchim - quem inventou o amor? - se aparecesse agora, o amor, tinha que cair do telhado pra eu perceber - se deus vier, que venha armado - eu tô aqui até que bem, né? - não durmo, mas isso é pra depois - sim, alguma hora hei de dormir - mas só 5 horas essa noite de novo não agüento - ai calma, tem a 4a feira inteira pra isso - mas já dá menos do que  5 horas- vou fazer também o livro do "Temes a noite em que os nomes não se registram nos radares" - - -  é, acho que cheguei n'algum lugar - já posso, de novo, tentar dormir.

axé nóis tudo

mudar: essa espécie de remessa para o futuro: a organização do caos, o ano todo de pó atrás dos livros, desfeito. e se refaz: o grupo de roupas, vestidos, os utensílios de cozinha. as fotos que saem das paredes. tudo que é estágio de intervalo, ou resto: é lixo. e os esquecimentos todos, que se tendem a lembrar: dessa hora tenho medo. mas: contar que sou eu também que ali na frente desencaixoto mais esse começo.

domingo, 7 de novembro de 2010

o túnel e o acordeom








No dia 4 de dezembro vai inaugurar uma exposição minha com a Mayana Redin na Fundação, no Porto.

Eu vivo em Lisboa, a Mayana em Porto Alegre, e não nos conhecemos pessoalmente.
A tentativa do encontro produziu essa de fazermos túnel, túneis.






















A primeira edição d'"O túnel e o acordeom" lá estará, entre outros trabalhos.






















Estejam convidados desde já.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

eu hoje que só reparei que muitas vezes a maior sobriedade é a facilidade do acesso ao fora.

eu tenho um texto que tem que acabar. estou me comunicando com ele.

amor

o mais importante, me parece ser garantir a permeabilidade, sem medo. isso pode ser uma poética, mas falo da respiração. ou me diga a mim mesma: não vão te arrancar o estômago se você quiser colocar todo o seu desejo nas coisas do seu próprio corpo, e se fizeres isso a olhar para o outro lado, o resultado será cinismo com crueldade ou ansiedade se for só pelo desespero. então a gente aceita o convite do amigo pra nadar.

e eu já distingui uma vez ter que fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo de fazer as coisas com correria. sem prazer eu não faço nada que preste. é o mundo que está ao contrário, você não reparou? onde você está uma hora dessas? atrás do mundo sou eu quem estou. vem.


 

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